O Acordo de Genebra previa que:
1. O Vietnã seria momentaneamente dividido em duas partes, a partir do paralelo 17. A parte norte ficaria sob o governo de Ho Chi Minh, enquanto o sul ficaria sob o domínio do imperador Bao Dai (dependente dos franceses);
2. Entre as duas partes, haveria uma Zona Desmilitarizada (ZDM);
3. Seriam realizadas eleições, em 20 de julho de 1956, para unificar o país, sob supervisão internacional.
Os Estados Unidos, numa atitude única entre as grandes potências, se recusaram a assinar o acordo, demonstrando, desse modo, que não pretendiam respeitá-lo.
De fato, não tardou para que Washington promovesse um golpe militar em Saigon. Mediante um Plebiscito (reconhecidamente fraudulento), Bao Dai foi deposto e o poder foi entregue ao líder católico, Ngo Dinh Diem, comprometido com os norte-americanos. Diem implantou uma ditadura militar, proclamou a independência do Vietnã do Sul e cancelou as eleições previstas pelo Acordo de Genebra, porque havia a convicção de que ela daria a vitória a Ho Chi Minh.
Para justificar-se perante a opinião pública nacional e internacional, que lhe cobrava por impedir que o povo vietnamita escolhesse, livremente, seu regime de governo, o presidente Eisenhower apelou para uma Teoria do Dominó:
"Se vocês colocarem uma série de peças de dominó em fila e empurrarem a primeira, logo acabará caindo até a última... se permitirmos que os comunistas conquistem o Vietnã, corre-se o risco de se provocar uma reação em cadeia e todo os estados da Ásia Oriental tornar-se-ão comunistas um após o outro".
Contando com a colaboração intensiva dos EUA (muitas armas e muito dinheiro), o governo de Diem caracterizou-se pelo despotismo e pela mais ampla corrupção. Reprimiu as seitas sul-vietnamitas, indispôs-se com os budistas e perseguiu violentamente os nacionalistas e comunistas, levando esses dois grupos a se unirem, em 1960, na Frente de Libertação Nacional (FLN), adotando a luta de guerrilha para opor-se ao governo sediado em Saigon.